Aprender e Ensinar Geometria

 Gestar II- TP3 página 55
Texto de referência
Aprender e ensinar Geometria: um desafio permanente

Regina da Silva Pina Neves
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Introdução
        Pesquisadores em Educação Matemática têm buscado, nos dias atuais, novas estratégias  para o ensino e para a aprendizagem da geometria. O objetivo desses estudos é a democratização do acesso a esse saber, haja vista o consenso entre docentes e discentes
em relação à sua não-aprendizagem pela maioria dos que iniciam seu estudo. Diante
dessa problemática, acompanhamos discussões e sugestões acerca da utilização de diversos instrumentos mediadores, desde o uso da dobradura até os softwares educativos.
Essa diversidade tem como função criar o maior número possível de situações de aprendizageme, com elas, oferecer diferentes representações de um mesmo objeto geométrico, aumentando as possibilidades de acesso ao saber geométrico.
     Considerando essa situação, faz-se necessária a organização constante de redes de
discussão e ação entre professores, futuros professores e pesquisadores a fim de se
planejar, testar e propor situações de aprendizagem em geometria que valorizem a multiplicidade de instrumentos mediadores e a construção de conceitos, sendo esses, importantes ferramentas para a resolução de situações-problema.
     O estabelecimento de tais redes apenas será possível com a divulgação de estudos
já realizados, bem como, de estudos em andamento. Ampliando assim, a informação
quanto à temática entre os professores de matemática e a comunidade em geral. Deste
modo, o presente texto visa fomentar o debate, estabelecendo possibilidades de conhecimento, discussões e novas ações na prática pedagógica da geometria.
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concentração Educação Matemática e Novas Tecnologias pela Universidade de Brasília. É docente na Fajesu nos cursos de Pedagogia e
Matemática e Consultora do Programa Gestar – Formação de Professores de Matemática do MEC.

Regina da Silva Pina é Licenciada e Especialista em Matemática pela Universidade Federal de Goiás, Mestre em Educação – área de
1. A geometria como conhecimento matemático: origens e trajetória
    Desde os tempos mais remotos, o homem já se inquietava com os fatos matemáticos,
lançando-se em um caminho de descobertas e de dúvidas. Da noção de número ao
cálculo infinitesimal, às geometrias não-euclidianas, construiu seu saber por meio de
erros e acertos. Saber esse questionado em épocas posteriores e muitas vezes posto em
terra; em algumas delas, apenas tratavam-se de batalhas intelectuais sem consenso.
Assim, os conhecimentos foram colocados à prova quando novos problemas surgiram,
imprimindo um movimento de permanente construção do saber matemático concebido
pelo homem.
    Analisando essa construção, observa-se que, para a civilização egípcia, a matemática
apresentava caráter estritamente prático e imediato. Os conhecimentos matemáticos, em
especial os geométricos, foram gerados tendo uma aplicação motivadora para a descoberta
e a validação, mas nem todas as civilizações tiveram problemas imediatos como motivadores.
   A civilização grega, por exemplo, devido à sua estrutura política e organizacional,
ofereceu aos pesquisadores em matemática outra possibilidade de concebê-la, partindo do
plano prático imediato para o abstrato futuro em que a aplicabilidade não estava visível.
Desse modo, retratando a concepção dos povos que a tomaram como desafio, a matemática
foi se desenvolvendo, tendo como alicerces “concepções” que influenciaram e influenciam
a pesquisa matemática e a prática docente da atualidade.
   No longo caminho em busca dos alicerces para a pesquisa matemática, três correntes
consolidaram-se com diferentes concepções de Matemática.
“O
o
esses símbolos. Dessa forma, o fundamento da Matemática constitui uma coleção de símbolos e um conjunto de operações feitas com eles.” (Pavanello, 1989).

Logicismo: para os logicistas, a matemática é vista como um ramo da Lógica. Desse modo, os conceitos matemáticos passam a ser formulados como conceitos lógicos, e os teoremas matemáticos são demonstrados por regras previamente estabelecidas pela Lógica;Intuicionismo: os princípios que norteiam a corrente intuicionista são radicalmente diferentes daqueles assumidos pela escola logicista, deixando de lado, assim, grande parte da matemática tradicional. Os intuicionistas consideram apenas as partes obtidas por processos de construção efetiva;

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